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Hélio Ziskind - Cocoricó [Abertura]
- 2
Hélio Ziskind - Corre Cutia
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Hélio Ziskind - Chuva, Chuvisco, Chuvarada
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Hélio Ziskind - Tu Tu Tu Tupi
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Hélio Ziskind - Fui Ao Cemitério
- 6
Hélio Ziskind - Vitamina Tutti Frutti
- 7
Hélio Ziskind - Ratinho Tomando Banho
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Hélio Ziskind - Onça-Pintada
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Hélio Ziskind - Encerramento
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Hélio Ziskind - Ratinho Escovando Os Dentes
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Hélio Ziskind - Banho de Aventura
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Hélio Ziskind - Marinheiro só
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Hélio Ziskind - Vamos Bailar
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Hélio Ziskind - Baião Balaio
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Hélio Ziskind - Canção Para o Tio Franz
- 16
Hélio Ziskind - Meu Querido Paiol
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Hélio Ziskind - Nos Dias Quentes De Verão
- 18
Hélio Ziskind - O Contrário Do Medo
- 19
Hélio Ziskind - O sapo não lava o pé
- 20
Hélio Ziskind - A Canoa Virou
- 21
Hélio Ziskind - A História do Incêndio do Jequitibá de Carangola
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Hélio Ziskind - A Janelinha
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Hélio Ziskind - A Metamorfose Das Borboletas
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Hélio Ziskind - Acampar
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Hélio Ziskind - Canção Dos Morcegos
- 26
Hélio Ziskind - Carteiro!...
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Hélio Ziskind - Castelo Rá-Tim-Bum
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Hélio Ziskind - Nós
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Hélio Ziskind - O Elefante e a Joaninha
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Hélio Ziskind - O Galileu Cantou!
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Hélio Ziskind - O Rio Tem Cachoeira
- 32
Hélio Ziskind - Pequenas Histórias
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Hélio Ziskind - A Noite No Castelo
- 34
Hélio Ziskind - Canção da Caminhada Até o Topo da Montanha
- 35
Hélio Ziskind - Carta da Clarinha
- 36
Hélio Ziskind - Centopéia
- 37
Hélio Ziskind - Clac Clac Clac
- 38
Hélio Ziskind - Cocoricó
- 39
Hélio Ziskind - Da Testa À Sola do Pé
- 40
Hélio Ziskind - Eu Vi Uma Barata / Caranguejo (palma Pé)
- 41
Hélio Ziskind - Galopar
- 42
Hélio Ziskind - Hino do São Paulo Futebol Clube
- 43
Hélio Ziskind - Lá Vem a História: Plutão
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Hélio Ziskind - Marchinha da Sereia
- 45
Hélio Ziskind - Nós Somos Gelo
- 46
Hélio Ziskind - O Céu Dos Índios
- 47
Hélio Ziskind - O Longo Caminho da Água
- 48
Hélio Ziskind - O Trem Maluco
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Hélio Ziskind - Ói Que Coisa Boa
- 50
Hélio Ziskind - Sono de Gibi
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Hélio Ziskind - Sorriso de Jequitibá
- 52
Hélio Ziskind - Terreninho Não, Terrenão
- 53
Hélio Ziskind - Uma Bolinha Marrom
- 54
Hélio Ziskind - Volta Ao Mundo Num Balão
- 55
Hélio Ziskind - X-tudo E O Avestruz
- 56
Hélio Ziskind - 1933
- 57
Hélio Ziskind - A Carta do Galileu
- 58
Hélio Ziskind - Alecrim
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Hélio Ziskind - Amanheceu
- 60
Hélio Ziskind - Anos 2000 - Pra Sempre Tricolor
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Hélio Ziskind - Anos 60 - O São Paulo Era Um Calhambeque
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Hélio Ziskind - Anos 70 - Olha a Máquina
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Hélio Ziskind - Anos 80 - 5 Vezes Campeão!
- 64
Hélio Ziskind - Anos 90 - O Foguete Decolou
- 65
Hélio Ziskind - Banho de Gato
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Hélio Ziskind - Boi da Cara Preta
- 67
Hélio Ziskind - Bola No Barbante
- 68
Hélio Ziskind - Borboletinha
- 69
Hélio Ziskind - Ciranda Cirandinha
- 70
Hélio Ziskind - Como Vai?
- 71
Hélio Ziskind - Dente Por Dente
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Hélio Ziskind - E a Gente Se Abraçou
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Hélio Ziskind - E Foi Assim
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Hélio Ziskind - É Melhor Fechar a Torneira
- 75
Hélio Ziskind - E Se
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Hélio Ziskind - Era Um Dia Desses...
- 77
Hélio Ziskind - Era Uma Vez Um Lugar
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Hélio Ziskind - Escureceu
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Hélio Ziskind - Esquenta, Esfria, Vira Gelo
- 80
Hélio Ziskind - Eu Sou Pobre Pobre Pobre
- 81
Hélio Ziskind - Família Relojinho
- 82
Hélio Ziskind - Fui Morar Numa Casinha
- 83
Hélio Ziskind - Iara
- 84
Hélio Ziskind - Leônidas
- 85
Hélio Ziskind - Macaco Foi À Feira
- 86
Hélio Ziskind - Mala Mata
- 87
Hélio Ziskind - Mãozinha Bela
- 88
Hélio Ziskind - Marcha Soldado
- 89
Hélio Ziskind - Minhoca Minhoco
- 90
Hélio Ziskind - Moramos Numa Casa Fria
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Hélio Ziskind - Moro na Villa Lelê
- 92
Hélio Ziskind - Na Casa do Cozinheiro
- 93
Hélio Ziskind - Nomes Pra Não Esquecer
- 94
Hélio Ziskind - O começo de tudo
- 95
Hélio Ziskind - O Elêle
- 96
Hélio Ziskind - O Foguete Tricolor Vai Decolar
- 97
Hélio Ziskind - O Homem Às Vezes Não Pensa
- 98
Hélio Ziskind - Passarinho Que Som É Esse: Bandolim
- 99
Hélio Ziskind - Pé de Feijão
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Hélio Ziskind - Piquenique No Quintal
- 101
Hélio Ziskind - Plutão
- 102
Hélio Ziskind - Porfírio da Paz
- 103
Hélio Ziskind - Porque Sim Não É Resposta
- 104
Hélio Ziskind - Puff!
- 105
Hélio Ziskind - Raios e Trovões
- 106
Hélio Ziskind - Rap do Reciclar
- 107
Hélio Ziskind - Saquinho Plástico
- 108
Hélio Ziskind - Satélite
- 109
Hélio Ziskind - Sob o Domínio do Frevo
- 110
Hélio Ziskind - Telê
- 111
Hélio Ziskind - Trava-línguas
- 112
Hélio Ziskind - Um Beijo
- 113
Hélio Ziskind - Um Mapa!
- 114
Hélio Ziskind - Uma Moeda
- 115
Hélio Ziskind - Viajando Pelo Tempo
- 116
Hélio Ziskind - Villa Lelê
- 117
Hélio Ziskind - Xtudo e o Avestruz
A História do Incêndio do Jequitibá de Carangola
Hélio Ziskind
cortavam e levavam pra vender.
Encontaram o Jequitibá de Carangola, mas não cortaram. Sabem porque?
O tronco era muito grosso... eles não tinham serra daquele tamanho.
E mesmo que pudessem cortar, não teriam força pra carregar.
Até para os cortadores de árvores, o jequitibá era gigante.
Cortaram toda a mata em volta... só o gigante escapou.
Passou o tempo, Carangola cresceu, e o gigante cresceu mais ainda.
Ficou famoso... muita gente veio ver...
olhavam pra ele, tiravam fotografia, faziam poesia, brincavam perto dele
abraçavam seu tronco, eram amigos do gigante
...e até cuidaram dele quando, um dia, um galho caiu...
Era um galho enorme, ficava lá no alto. Umas lesmas gigantes que moravam no Jequitibá
comeram uma parte da madeira, e com o tempo, o galho quebrou e caiu (blééhhh...).
A terra tremeu.
Arrancou um pedaço da casca, e deixou um buraco no tronco...
Os amigos vieram, montaram uma espécie de escada de ferro bem alta, e um professor de Biologia subiu até o buraco e fez um curativo. Passou uma espécie de tinta azul pra madeira não apodrecer. Foi bom, deu certo. Foi bom, uh... uh...
Olhavam pra ele, tiravam fotografia, faziam poesia, brincavam perto dele
abraçavam seu tronco, eram amigos do gigante
Mas o gigante tinha um inimigo, um inimigo mortal.
E um dia, sexta feira, esse inimigo mortal foi até o Jequitibá, jogou gasolina e pôs fogo.
Pôs fogo e fugiu. Começou um incêndio como nunca se viu. Um incêndio numa árvore só.
A mata em volta intacta, só o Jequitibá queimando...
Por sorte, naquele dia de azar, um amigo tinha ido visitar o Jequitibá e viu o fogo...
voltou correndo, avisou os amigos, vieram todos, imediatamente...
o fogo era enorme...o rio era longe...apagar como?
Pegaram um trator. Jogaram terra no tronco, terra prá abafar o fogo. Abafaram as chamas.
Mas o fogo virou brasa. E brasa foi queimando o tronco por dentro, queimando e subindo
o tronco por dentro. A árvore estalava, soltava fumaça, parecia uma chaminé... Era muito grave,
precisavam de ajuda... Chamaram bombeiros, polícia florestal, jornal, televisão e começou:
a Luta da Água Contra o Fogo.
Os homens vieram com um caminhão-pipa... (pipa...)... Enchiam o caminhão no Rio Carangola,
subiam a estradinha até o Jequitibá, e esguichavam, esguichavam, o dia inteiro sem parar.
10 caminhões de água por dia, esguichando de manhã até de noite, 3 dias sem parar...
mas o fogo não apagava.
O tempo que caminhão levava pra ir até o rio e voltar, o fogo já tinha crescido tudo de novo.
E pra piorar, começou a chover.
A chuva não apagava o fogo, mas a estrada virou lama, e o caminhão não conseguia mais subir.
Os homens entristeceram... o fogo ia vencer... o Jequitibá ia queimar até morrer.
Mas...
Quem espera sempre alcança (três vezes salve a esperança) porque a chuva de repente parou.
E os homens, com uma serra, abriram uma janela e entraram no tronco.
Dentro do tronco era quente como um forno...caíam pedaços de madeira...
e um homem segurava uma mangueira apontada para o alto...
jogando água no coração do fogo...
(shhhh...)
esguichando de manhã até de noite 3 dias sem parar...
(shhh...)
até que o fogo, finalmente, apagou.
Os amigos ficaram de boca aberta. O fogo tinha feito uma caverna. Cabiam oito homens dentro do tronco. Era uma caverna com paredes de carvão. Mas talvez quebrasse com o vento. Talvez a
seiva não pudesse mais subir. Talvez o Jequitibá não fosse resistir.
Os amigos, inconformados, perguntavam por quê? Por quê?
Por causa de um gigante, um homem do mal, com arma de fogo
lutou com os homens do bem e suas espadas de água.
O fogo morreu. Talvez o gigante também.