A bandeira nordestina 
 
 É uma planta iluminada
 
 É qualquer raiz plantada 
 
 Mostrando o caule maduro
 
 E quando o sol varre o escuro 
 
 Com luz e sombra no chão
 
 É quando germina o grão
 
 É quando esbarra o machado
 
  
  É quando o tronco hasteado
 
 É sombra pro polegar
 
 É sombra pro fura-bolo
 
 É sobra pro seu vizinho
 
 É sombra para o mindinho
 
 É sombra prum passarinho
 
 É sombra prum meninote
 
 É sombra prum rapazote
  
 
 É sombra prum cidadão
 
 É sombra para um terreiro
 
 É sombra pro povo inteiro
 
 Do litoral ao sertão
 
 Essa bandeira que eu falo
 
 Tem cores de poesia
 
 Tem verde-folha-avoada
 
 Amarelo-jaca-aberta
  
 
 Em tudo que é vegetal
 
 Tem bandeira desfraldada
 
 No duro da baraúna
 
 No forte da aroeira
 
 No bandejar buliçoso
 
 Das folhas das bananeiras
 
 Das bandeirolas dos coentros
 
 E na marca sertaneja:
  
 
 O rijo e forte umbuzeiro