Quando a lua se faz de tapioca
 
 Com a goma e o coco a me banhar
 
 Sinto meu coração corcovear
 
 Por estar no abandono abandonado
 
 E sozinho que nem boi de arado
 
 Me avermelho que é ver flor de quipá
 
 E se algum alegreiro me jogar
 
 Tanto assim de alegria, eu arrenego
 
 Porque fico que nem olho de cego
 
 Que só serve somente pra chorar.
 
  
  É a lua acendendo a lamparina
 
 E meu facho de luz a se apagar
 
 Com as bochecha chorada a se chorar
 
 Taliquá mamão verde catucado
 
 Mas porém, sinto meu peito caiado
 
 Quando vejo de longe o riso teu
 
 Igualmente a um morrido que viveu
 
 Peço que teu socorro não demore
 
 E que só minha fala te sonore
 
 E que dentro de ti só more eu.