Ô cumpade véi 
 O riacho do navio não corre pro pajeú? 
 O rio pajeú não despeja no s.francisco? 
 E o rio são francisco 
 Não bate no mei do mar? 
    Pois imagine um riacho 
 Correndo pr'outro navio 
 E esse grande navio pelos céus a navegar...   
 To maginando um navio 
 Um veleiro voador 
 Cheio de água e frescor 
 Pra. no sertão, vaguear 
 Com meu barco eu avoar 
 Por ali surrupiando 
 Parando de quando em quando 
 Por tudo quanto é roçado 
 Quem der beiço espantado: 
 - que diacho tu tais tramando? 
 Responderei animado 
 Apenasmente aguando.   
 Procurarei entender 
 Os raios de sol e brasa 
 Protegerei com minha asa 
 As casas sem eira e beira 
 Esquecerei nas torneiras 
 Do sangrador escoando 
 Se a passarada voando 
 Bandos de fogo-apagou 
 Interrogá que eu sou 
 Com tanta água sobrando 
 Responderei  abrandado 
 Sou eu aqui aguando   
 Orvalharei as folhagens 
 Os frutos de cor e cheiro 
 E por fim, por derradeiro 
 E num vigor bem maior 
 Eu derramarei meu suor 
 Recolherei as amarras 
 O inverno aunciando 
 Festejarei proclamando: 
 Tá bonito pra chover! 
 E retornarei a ser 
 Um sonhador maginando.   
 É...seu dominguinhos 
 Essa maginação 
 Esse sonho caquiado 
 É para o mestre gonzaga 
 Que tá no vão das alturas 
 Rodando no lado a 
 Do disco da imensidão 
 Negociando chuvada 
 Com são pedro e companhia 
 Com a mais pura poesia 
 De nordeste e de sertão   
 Eita! cumpade véi! 
 Isso não é mais um dominguinhos 
 Isso é uma segunda 
 Em terça, uma quarta 
 Cheia de quinta, sexta e sábado 
 De feira e de poesia