O timbre do silêncio me irrita
E constipa, a dor abriga
Concilia pensamentos em muito suicidas
Que a dor abriga, a dor abriga
Já é difícil saber em quem confiar
Em cada olhar, vejo a naufragar
Esperanças de amalgamar
Uma amizade da qual poder contar

Por todos os lados vejo rostos
Rostos aleatórios, irrisórios
Por todo lado, decompostos
Entre outras mil tristezas
E incertezas
Um ultimato vinga concreto e absorto
Esse mundo é lugar para outros
Não pertenço aqui, tão pouco aos que aqui habitam
Não posso contar com os outros.

Esse silêncio
Me recrimina
Me reboliça
Uma morte em vida

O vento ulula
Antigas angústias
Nunca amainadas
Um estopim
De uma agonia sem fim

E por toda essa eternidade vagarei
Divagando por entre as frestas
De um outrem tempo
Pela eternidade
Ouvindo o ecoar de cada pensamento meu
Para sempre fadado
À desolação infernal desse silêncio...

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