Tava pensando em um jeito simples de ganhar um dinheiro
 
 Ligou os quatro parceiro
 
 O Dom, o Boy, o Abel, Julio Cezar
 
 Um gran fino rico financiava tuas ideias
 
  
  Era a fita que sonhou o ano inteiro
 
 Era a chance de se aposentar, vai vendo
 
 Ambição mil grau ele sonhou
 
 Estourar no norte e viver no interior
  
 
 Sua família, maior riqueza que tinha
 
 A mãe, a esposa, as filhas
 
 Izabele e Renata coisa linda
 
 A ferro e fogo, pau e pedra ele as protegia
  
 
 Quarta-feira às treze horas alguém o chama no portão
 
 Um carro novo e uns papéis nas mãos
 
 Bem trajado, estilo advogado
 
 Um homem de poder aquisitivo elevado
  
 
 Te mostrou no porta mala o que trazia dentro
 
 A caminhada, e todo o investimento
 
 Dessa vez trutão ia fazer um barulho
 
 Não podia falhar, se não já era tudo
  
 
 Tava ciente, Júlio Cezar tinha avisado
 
 Se não virasse ia querer centavo por centavo
 
 Determinado, ele não queria nem saber
 
 Muito dinheiro truh, não tinha como se conter
  
 
 E o investimento era alto também
 
 Sessenta mil reais contados em notas de cem
 
 Ia comprar uns ternos, uma maleta descente
 
 Um sapato lustrado ia comprar muita gente
  
 
 Alguns PMS e o vigia da giratória
 
 Facilitando o acesso dele com a pistola
 
 Que talvez, se pá nem ia usar
 
 A arma da cena tava na maleta do celular
  
 
 O boy e o Abel já tava em outra missão
 
 De sequestrar a família do gerente então
 
 O Dom, segurança e tal
 
 Com aquela peca entrava nos domínios da família real
  
 
 Tudo normal, todo mundo engrupido
 
 Maleta algemada ao pulso de um bandido
 
 Já no cabelo um homem branco bem vestido
 
 Por gentileza o gerente, amigo
  
 
 Só um minutinho que eu vou chamar ele para o senhor
 
 Boa tarde, posso ajudar?
 
 Eu tô com uma quantia considerável de dinheiro aqui
 
 Será que a gente pode ir a uma situação mais reservada?
 
 Sim, me acompanhe aqui, por favor
 
 Ta bom
  
 
 Ladrão cabuloso, estratégico
 
 Olhar convicto, poucas palavras, direto
 
 Sincero, gentil e educado
 
 Pela sua quinta série impressionou com o vocabulário
  
 
 Olho no olho, o gerente o convida
 
 Pra uma sala reservada pro andar de cima
 
 Filma a movimentação de alguns polícias
 
 Todos no plantão corrompidos, como ele queria
  
 
 Dinheiro é zica, mata, não dá a vida
 
 É tentador, constrói várias armadilhas
 
 Contamina o juiz, a partida
 
 Faz do caçador a caça, do homicida a vítima
  
 
 Sendo assim, fica fácil entender
 
 Porque o diabo manipula e vende o falso poder
 
 E nessas você vai, apavora e confia
 
 De onde vêm as covardias, cê nem imagina
  
 
 Inveja, ganância, maldade a mentira
 
 Traz á guerra, as melhoras famílias
 
 Moleque doido, apetitoso, segue no jogo
 
 Sangue no olho e acreditando ser um bicho solto
  
 
 Voz de assalto sem alarme, sem polícia
 
 Encha a maleta que a maleta tá vazia
 
 Boy, então, eu sequestrei sua família
 
 Se esboçar uma reação mato o moleque e a menina
  
 
 Pera ainda tio, cê vai fazer um favorzinho
 
 X bota nessa conta e eu vou embora rapidinho
 
 Que o dinheiro da maleta é pro café, doutor
 
 Cê não pensou que eu estava satisfeito, pensou?
  
 
 Agora vai, sem demora, agilidade de pressa
 
 Depois me leva a quem monitora essa merda
 
 Eu quero todas as gravações internas, externas
 
 As de ontem, as de hoje, as daqui, as reservas
  
 
 Não dá goela, vai na frente nem sonha com piscadinha
 
 Que se eu desconfiar vai embaçar que eu tô em cima
 
 Ó que eu trouxe pro cê, dentro do paletó
 
 Ó deu pra perceber que aqui eu não estou só
  
 
 Dez minutos e só, tudo pronto no esquema
 
 O dinheiro da maleta a filmagem e a transferência feita
 
 Fora da agência o Dom normal
 
 Transparecendo paciência, lendo o jornal
  
 
 Maço de Calton Ret, já tinha ido a metade
 
 Tentou, não deu pra esconder a ansiedade
 
 Do outro lado da rua, dois maluco no ponto de táxi
 
 O Dom ganhou, observou, estranhou os trajes
  
 
 Trocou de laje, vai saber, de repente
 
 Não muito longe dali barulhos de sirene
 
 Será que é ambulância, será que é acidente
 
 Só sei que os cara do ponto veio de encontro com a gente
  
 
 Desacerto tiroteio o bagulho tá feio
 
 Helicóptero da polícia já fechou o cerco
 
 Dá um gritão nos menino e mata os reféns
 
 Se depender de nós agora não sobra ninguém
  
 
 A perca no sinal do rádio foi a mão de Deus
 
 Agradece gerente, que o seu filho não morreu
 
 Agora eu entendi, eu caí com essa grana pouca
 
 E o Julio Cezar nessas horas tá contando as folhas
  
 
 Safado, fazer o que, o crime tem dois lados
 
 Um ambicioso e o outro sanguinário
 
 Eu já tomando vários socos, pontapés
 
 Engatilhada na minha cara arma do gambé
  
 
 Virei o rosto ia tomar um monte
 
 Uma senhora apareceu não sei de onde
  
 
 Juro por Deus que nunca vi aquela tia
 
 De voz cansada, calma me dizia
 
 Filho, paciência, Deus tem um plano na sua vida
 
 Pisquei os olhos e perdi ela de vista
 
 Só via o alvoroço da polícia
  
 
 Meu parceiro coberto com o lençol na calçada do banco
 
 Curiosos por todos os cantos
 
 Aqui quem fala: Valdeir Pereira dos Santos
 
 Do Xiqueirim do rouba bancos