Um Outro Fado

Paulo César Feital

Cá estou
Dentro enfim a me refugiar
Só assim
Sou de mim sentinela

Me perdoa vida
Pelo meu temor
Lá fora eu morro
Ou mata-me esse amor.

Se supões
Que é um equívoco morrer de amor
Morro em mim
Como morre a quimera
Como a primavera
é a ilusão da flor
é mera a eternidade desse amor.

Mas basta um beijo teu
Nos lábios da razão
Presídio da paixão
pra dar fuga ao desejo
que navega o cio
Tejo e vai

Ancorar,
libertar de novo a tripulação
De assombrações
Que a ilusão me perfila

Depois te retiras
Buscas outro amor
E eu choro em outro fado
O meu pavor.

Mas basta um gesto teu
Pra teres meu perdão
E as marcas de outras mãos
Que digitam meus beijos
Já navegam o rio
Tejo e vão

Ancorar,
libertar de novo a tripulação
De assombrações
Que a ilusão me perfila

Depois te retiras
Buscas outro amor
E eu choro em outro fado
O meu pavor.

Mas basta um gesto teu
Pra teres meu perdão
E as marcas de outras mãos
Que digitam meus beijos
Já navegam o rio
Tejo e vão

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