Não venha você me dizer do bom de seus amores
 
 Se o que eu vejo eu rejeito
 
 Seus dogmas, princípios, a obrigação
 
  
  Marionetista que maneja os fios do escuro dos bastidores
 
 Quando se mostra em respeito
 
 Não esconde a infame contradição
  
 
 Ainda não se vende fé!
  
 
 De um surto louco, ao acordar com o gosto
 
 Do sangue vil misturado ao seu
 
 Sangrando então vai ver que não
  
 
 Entenderá que aquele que não mostra o rosto
 
 De verdade, que sempre prometeu
 
 Não mais será seu irmão
  
 
 Ainda não se vende fé!
  
 
 A fé que eu procuro não move montanhas
 
 O amor que eu desejo não é assim
 
 Mas queima feito fogo das entranhas
 
 Revelando o bem pro mal em mim
  
 
 Como o fogo: traz ardor, mas também a luz latente
 
 É o que a terra não alimenta
 
 O que a água não dá de beber
  
 
 Se te dá o presente é pra te agradar, certamente
 
 E então assim ele fomenta
 
 Aquilo que terá que ceder
  
 
 Ainda não se vende fé!
 
 Não a fé que eu procuro junto aos meus
 
 Ainda não se vende fé!
 
 Não aquela que ilumina os olhos seus
 
 Ainda não se vende fé!
 
 Tanta desgraça de graça e diz graças a deus