Quase acreditei 
 Errando em estradas onde jamais saberei 
 Mas há luzes no altar 
 Abraço a voz que teima em não calar 
    Quanto haverá de mim 
 Nesse inferno de querer 
 Pois além há mais 
 Águas no deserto 
 O incerto a me guiar   
 Por mais que o corpo dobre 
 A sombra não desfaz 
 Quanto haverá de mim 
 Pra reconhecer 
 Quanto mais o vento corta 
 O silêncio diz   
 Quase ancorei 
 Em raízes mortas 
 Já tão frágeis de prender 
 Pelos vales a soprar 
 O pranto, na miragem, faz-se mar 
 Só o que resta desse cais 
 É uma teia a se abrir 
 Pois o fim jamais 
 Será do meu intento o enterrar   
 Por mais que o corpo dobre 
 A sombra não desfaz 
 Quanto haverá de mim 
 Pra reconhecer 
 Quanto mais o vento corta   
 Por mais que o corpo dobre 
 A sombra não desfaz 
 Quanto haverá de mim 
 Pra reconhecer 
 Quanto mais o vento corta 
 O silêncio diz   
 Quanto mais se faz a teima 
 Em silêncio a me dizer 
 Tanto mais se abre a teia 
 Desse inferno de querer