- cifra   
  
       Emplumado pena
 
 o tempo uiva como um martelo
 
 lua com o vento
 
 bate lenta e não tem mistério.
 
  
  Leve e passageira onda
 
 calafrios de brigadeiro 
 
 quebram os seus dentes 
 
 em tributos não verdadeiros.
  
 
 Mesmo com a mente livre
 
 sente o dinheiro 
 
 rouba, mata, vende o corpo
 
 na hora do desespero.
  
 
 Na imprensa as armadilhas
 
 Picam pairadas na noite
 
 As formigas seguem a trilha
 
 Prontas pra levarem um coice.
  
 
 E o babaca em seu terno
 
 não vai querer amassar
 
 o escravo subalterno
 
 a cabeça o sol tem que rachar.
  
 
 De discursos populares vivem
 
 a sua utopia
 
 em seus carros
 
 em seus lares
 
 podre vida sadia.
  
 
 E tenha pose
 
 e tenha grana
 
 você tem que existir
 
 ganhe, ganhe,
 
 muita grana
 
 até pança explodir!