Juizo Final

Humberto Barbosa

Veio tudo como se fosse hoje
O movimento das chamas, o berreiro da festa
A carne nua e crua, ardendo na testa, o Sol
A carne nua e crua, ardendo na testa, o Sol
Homens de metal, perdidos na multidão

Eu sei que sou um desses
Sem tempo pra pensar, parar ou viver
Um escorão de lado, um apelo num grito, calado
Com os pés na estrada e no chão, longe da linha da razão
Fracassos, torturas
Choram Marias e João

Salve o tempo do pecado
Das cicatrizes, do encanto
Agachados num canto
Chorando um pranto
Eh, chorando um pranto, êh
Eh, chorando um pranto, êh, êh, êh, êh, êh

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