(Uma velha milionária
 
 O seu filhinho mandô
 
 Num seminário estudá
 
 E pra padre se formô
 
  
  E numa cidadezinha
 
 Tudo o povo festejô
 
 Quando o padre Manoel
 
 A primeira missa rezô
  
 
 E nessa primeira missa
 
 Em frente daquele artá
 
 De mão posta, ajoelhado
 
 Todos ouviram jurá
  
 
 Que em sua santa missão
 
 Por onde fosse pregá
 
 O segredo da confissão
 
 Nunca a ninguém revelá)
  
 
 E numa noite o ladrão
 
 Assassinô pra roubá
 
 Depois de um ano passado
 
 Foi ao padre confessá
  
 
 Matei sua própria mãe
 
 Pra roubar este colar
 
 Lhe devolvo arrependido
 
 Peço pra me perdoar
  
 
 Com os olhos banhado em pranto
 
 O padre lhe perdoou
 
 Cumprindo seu juramento
 
 Consigo o colar guardou
  
 
 Mas um dia o sacristão
 
 Este colar encontrou
 
 Foi correndo na polícia
 
 O padre denunciou
  
 
 Foi preso o padre inocente
 
 Pra confessar quem lhe deu
 
 Aquele colar roubado
 
 Mas o padre não cedeu
  
 
 De tanto ser judiado
 
 O vigário adoeceu
 
 Naquela cadeia fria
 
 Fechou os olhos e morreu
  
 
 No dia do seu enterro
 
 Chegou chorando o ladrão
 
 E confessou o seu crime
 
 Abraçado em seu caixão
  
 
 O padre foi sepurtado
 
 Cumprindo sua missão
 
 Morreu mas não revelou
 
 O segredo da confissão