1. 1

    Raineri Spohr - Romance do Pito Apagado

  2. 2

    Raineri Spohr - No sul do meu país

  3. 3

    Raineri Spohr - A Potra Solidão

  4. 4

    Raineri Spohr - Despachando Ao Trote Largo

  5. 5

    Raineri Spohr - De Amor, Vida e Chamamé

  6. 6

    Raineri Spohr - Guitarreiro

  7. 7

    Raineri Spohr - Nas Tardes Lindas do Taruma

  8. 8

    Raineri Spohr - Tranco Macio

  9. 9

    Raineri Spohr - Até o Fim Dos Meus Dias

  10. 10

    Raineri Spohr - Buçal Torcido

  11. 11

    Raineri Spohr - Do Que a Tarde Não Vê

  12. 12

    Raineri Spohr - Instintos

  13. 13

    Raineri Spohr - Milonga de Um Só Cavalo

  14. 14

    Raineri Spohr - Milongueando

  15. 15

    Raineri Spohr - Naquele Dia

  16. 16

    Raineri Spohr - No Furo da Bala

  17. 17

    Raineri Spohr - O Tempo do Verso

  18. 18

    Raineri Spohr - partilhado

  19. 19

    Raineri Spohr - Pelas Rugas

  20. 20

    Raineri Spohr - Pescoceiro

  21. 21

    Raineri Spohr - Pitanga

  22. 22

    Raineri Spohr - Ponta de Lança

  23. 23

    Raineri Spohr - Primeiro Galope

  24. 24

    Raineri Spohr - Que pecado, parceiro!

  25. 25

    Raineri Spohr - Remendos

  26. 26

    Raineri Spohr - Toada Em Voz de Silêncio

  27. 27

    Raineri Spohr - Um Certo Galpão De Pedra

  28. 28

    Raineri Spohr - Um Horizonte e Outro Mais

Romance do Pito Apagado

Raineri Spohr

Dança na boca da prenda tirana o cigarro apagado
Sem nem me pedir, eu garboso lhe alcanço o “fósfro” riscado
E agora dança a fumaça saída do pito de brasa incendiado
Que repousa nos lábios que parece que pedem um beijo roubado

E eu nesse compasso de pito prendido, enxergo o avesso
Espero que a brasa consuma o fumo, esse tempo é seu preço
Então saco pro baile de pernas e braços que muito conheço
A malvada morena, que só pelo jeito já sei que mereço

Ai morena cheirosa, me empresta um carinho que eu to precisando
Descobrir os segredos dos cabelos negros que vou alisando
Ai morena manhosa, vai mentindo amor que vou acreditando
Que o lindo do romance é esse faz de conta que vamo inventando!

E no fim do bailado um convite pra copa, é o caminho a seguir
Bem no pé do ouvido uma “cósca” de leve e já te faço rir
E no estender da charla quando escuto o teu “sim” vejo um sol a se abrir
...deixo o baile de lado e procuro uma porta pra gente sair...

E agora te entrego “todos meus carinho” que eu tinha guardado...
Escrevendo um poema por sobre teu corpo todo enluarado...
E depois que arremato revejo em teus lábios um pito apagado
E sem nem me pedir, eu garboso te alcanço um “fósfro” riscado...

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