Sempre que oiço o fado, afrancesado, assim dizer
Comment ça va, mon cher françois? Com patois
Sinto vontade de partir os instrumentos e chorar
Pelo velho fado, das sardinhas e pimentos
Agora o fado é estilizado, menos fadista
Vai a Paris, a New York, com ar turista
Veste à pigalle, sem falar mal, diz: Goodnight
Cheira a uísque e hoje só fuma lucky strike
Anda para aí o fado, estrangeirado, a murmurar
Hey, goodbye, my boy em vez de olá, adeus, ó pá
Ai, que saudades do corrido bem trinado, do menor
E mouraria, três relíquias do passado