Ana, e um fim-de-semana 
 Ó devassa Ana 
 Meu deboche vão e bão. 
    Cama é filosofia 
 Balde de água fria 
 Para quem fica só.   
 Oh   
 Hoje fujo para longe das festas 
 Ansiolíticos, tv, cinema, jornal, 
 E vivo bem menos mal.   
 Ai hoje, não suporto a primavera 
 Tranco-me em casa 
 Já vi que o amor se cansa 
 Logo que se acaba a dança.   
 Ana, a semana inteira, 
 Doce companheira 
 Minha solidão.   
 Fomos perdendo a cabeça 
 Numa vida avessa à nossa paixão. 
 Ai outra vez não.   
 Hoje fujo pra longe de casa 
 Embriagado de tudo o que é belo e fugaz 
 Tudo o que a noite faz e desfaz   
 Hoje, não suporto companhia 
 Por mais que um dia já vi 
 Que o amor se cansa 
 Logo que se acaba a dança   
 Hoje nem sei bem que dia é hoje 
 Não me conformo 
 Hei-de ter oitenta anos 
 E continuar a fazer grandes planos     
 Hoje, estou-me nas tintas pra hoje 
 Hoje, que dia estúpido 
 Pois vi que o amor se cansa 
 Logo que se acaba a dança.